A empresa WePink, da influenciadora Virgínia Fonseca e do sócio Thiago Stabile, está proibida de realizar novas lives de vendas até comprovar documentalmente que possui estoque suficiente para atender aos pedidos feitos durante as transmissões. A decisão foi determinada por uma liminar do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Em caso de descumprimento, a multa prevista é de R$ 100 mil por live.
De acordo com o MP, a medida foi tomada após o registro de mais de 120 mil reclamações contra a empresa em menos de dois anos. Entre os principais problemas relatados estão falta de entrega dos produtos, atrasos que ultrapassam sete meses, dificuldade de reembolso, atendimento automatizado e ineficaz, produtos com defeito e até a exclusão de críticas nas redes sociais da marca.
A liminar determina ainda que a WePink deve implementar uma série de medidas para melhorar o atendimento ao consumidor. A empresa também é obrigada a:
- Criar um canal de atendimento humano (telefone e outros meios) em até 30 dias;
- Responder reclamações em até 24 horas;
- Permitir acompanhamento de entregas e reembolsos em tempo real;
- Efetuar reembolsos em até 15 dias;
- Publicar, em até 10 dias, nas redes sociais e site, um guia sobre como pedir cancelamento, troca e reembolso;
- Apresentar todas as reclamações recebidas ao MP em até 30 dias.
A ação civil foi proposta pelo MP-GO em conjunto com o Procon-GO, que apontou práticas abusivas por parte da empresa. Segundo o promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva, a estratégia de “flash sales” (ofertas-relâmpago) usada pela WePink criou um senso artificial de urgência, induzindo consumidores a compras impulsivas e explorando a vulnerabilidade psicológica dos seguidores da influenciadora.
Reportagem: Lilian Calixto
Imagens: Rhayza Barros
Direção: Bianca Feitosa
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